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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Nó Impertinente



Nunca em toda a minha história, eu havia derramado uma lágrima sobre o linóleo. Claro, que demasiadas vezes eu ficara frustrada com o rendimento baixo de uma aula ou coisa do tipo. Mas nunca nesse ponto.
Por conta de um equívoco em uma contagem de tempos na sequência, durante alguns longos 60 segundos corridos eu fiquei alí, sendo humilhada. Como é que um fato tão ligeiro, e breve pode nos aborrecer, entristecer por tanto tempo?  Não sei descrever o que senti na hora, eu tinha vontade de me defender e explicar o motivo do meu erro, mas um impertinente nó em minha garganta se formava com tal força, que não se comparava a minha fala, ao mesmo tempo eu tinha vontade de sair pela porta sem olhar para trás, eu só queria chorar. 
Por alguns instantes eu pestanejei, não acreditava que estava presa à aquela situação, sabe, por um motivo tão banal, um alvoroço como tal.
Não consegui me defender, não consegui me explicar, fui simplesmente descriminada e ofendida, taxada de "sem respeito", porém em momento algum fui desrespeitosa. Eu simplesmente enguli o choro, limpei as lágrimas que hesitaram em cair no linóleo escuro e tentei me recompor. Os 30 minutos que restavam para o fim daquela aula, foram os 30 minutos mais longos de todo o meu verão.

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